sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

FIM





Eu quis que você partisse
para voltar depois como herói.
Em sonhos, 
vi batalhas, vitórias e derrotas,
gritos, sangue, miséria e abandono;
vi
seus olhos consumidos pelo fogo,
suas mãos envelhecidas de cansaço,
a agonia expressa num sorriso mortal;
vi
cambalear seu corpo
num perdido passo,
a voz sumindo aos poucos,
delirando,
vi os triunfos,
o último combate
e prometi que veria você,
herói,
um dia cantado por todos.
Em meu orgulho, 
não vi mais do que o brio
dos sentimentos maternais.
.
.
.

Agora, tenho nos braços,
numa dor sem tamanho,
a essência de um corpo
cuja vida foi deixada lá longe,
e que não vai precisar mais de mim.
O que faço com ele?


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