Balas de hortelã
desdobradas na mesa
em sutil solidão
acalmando o pensar
que as tristezas adoça.
E a tempestade lá fora...
Pensamentos na infância
fazendo um balanço
da vida que foi,
do minuto seguinte,
do dia de amanhã...
Sonhos amarelos,
rosados,
debaixo de alguma estação
trazendo manchetes de vida
de algum lugar
porque é grande o mundo.
Mas, aqui,
os pequenos continuam a acompanhar
o caminho das formigas,
tocando as aves do quintal,
caçando pulgas,
matando as baratas que correm no chão,
em total hipocondria,
numa hipnofobia
que acaba colada nos sonhos derretidos
das novelas brasileiras,
nos caracóis das modelos,
nos lindos olhos azuis do ator principal
que escravizam
por serem a única opção para esperar.
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