sábado, 18 de fevereiro de 2012

DA ÁRVORE


A árvore fraca furta recursos energéticos dos seus próprios filhos.
Os frutos da árvore forte não são gerados para que as ervas daninhas lhe sufoquem a independência.
A árvore fraca sucumbe tão logo a Natureza mostre sua força.
A árvore forte tem a capacidade de robustecer-se, mesmo que a cada manhã o sol demore a nascer.
A árvore fraca nasce à sombra e morre de repente.
A árvore forte busca pela sombra apenas quando o seu alicerce tiver necessidade de reparos pela árvore que tombou ao lado seu.
A árvore fraca chora, range e verga os galhos, joga suas folhas maceradas, põe à mostra toda a sujeira que carrega do tempo.
A árvore forte continua intacta, pois dela não se aproximam pássaros devoradores.
A árvore fraca padece porque não se sustenta quando solitária.
A árvore forte é forte por natureza e não necessita de amparo ou de ouvintes aos seus queixumes, pois eles nem existem.
Para a árvore forte é sempre tempo de colheita ou de plantio e
ela não aceita colher sem haver semeado ou de alguma forma ter contribuido com o evento, porque a semente alheia jamais poderá ser a árvore do seu quintal.
Mas à árvore fraca toda semente alheia tem a função de esteio ao lhe servir de esterco.
Seja como a árvore forte que abre seus galhos num gesto agradecido à Mãe Natureza.
E mesmo sendo apenas uma árvore sabe que seu espaço no solo, enquanto coisa viva, deverá ser dignificado, sagrado e inviolável 
até que o seu Contrato com a vida seja rescindido por alguma Ordem Superior.


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