sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

EM NOME DO AMOR


O psicanalista Leon J. Saul escreveu certa vez que "os pássaros, visto que alimentam e cuidam dos filhotes sem nenhum pensamento de ambição pessoal e nem de ser por eles amparados na idade avançada, fornece-nos o modelo perfeito do amor verdadeiro".
A fêmea do salmão chega a passar fome durante dias e dias na tarefa de ir encontrar-se com seu companheiro amado.
Platão via o amor como uma apreciação da beleza.
Dante, como uma verdade cósmica.
Até mesmo o potássio e o fósforo nutrem uma paixão violenta com o oxigênio, segundo o médico Dr. Buchner.
Mas, afinal, por que em nome desse sentimento tantas pessoas se destroem como seres humanos, perdem a honra, a sensatez, a vergonha na cara, tornando-se ridículas vítimas do objeto do seu amor?
Que dependência é essa que drena a coragem, tolhe a vontade, diminui a personalidade, deprime a coexistência consigo mesmo?
Olhar-se no espelho e se ver que é, como o próprio espelho, um móvel à espera do proprietário para brilhar?
Só um animal mesmo, que não tem compromisso nenhum com a evolução da Humanidade, que não tem o poder de ponderar sobre os fatos, que não sabe fingir nem ter segundas intenções, pode continuar sendo regido dessa maneira.
Só a um animal isso se admite, ele que apanha e grita, mas cala-se e consente, porque faz parte de um mundo instintivo, de ensaios e de erros.
Ou será que o homem, através dos seus erros, ensaia a perfeição da espécie em nome do amor?
Difícil crer que em nome do amor tantas misérias aconteçam, tantas famílias se desintegrem, tantas crianças se atirem nas sarjetas à espera de favores estranhos ao mundo que, segundo aprenderam, teve início com o amor que havia entre seus pais, e daí a razão de sua existência.
O que legar do amor a tantas pessoas que o homem faz infelizes na busca de sua egoísta parcela de felicidade?
Quando o homem é evoluído, ele vive sempre em paz consigo mesmo.
Ele não precisa, só tem necessidade de doar amor.


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