sexta-feira, 13 de julho de 2012

"TEMPERATURA"



E, de repente, 
o outono foi embora 
deixando outra estação mais triste em seu lugar.
Que fazer 
com as noites longas,
com os pesadelos,
os sonhos irreais
que teimam em me castigar?
O sol não volta amanhã,
nem depois de amanhã,
porque os viajantes já partiram
sem deixar rastros 
de alegria ou de risos;
foram em busca de lugares quentes,
porque a vida 
precisa de aconchego
e a temperatura no inverno 
faz mal aos corações.

"ORIGEM DO AMOR"


  

Quem somos nós
para ousarmos compreender
o elo que faz nascer 
a corrente da raça 
ou um ligamento de amor?
O amor é um raio de luz,
é uma fagulha de sol,
é a leveza que sustenta
a pureza do ser,
também é 
a imensidão da vida
jorrando do alto 
para então semear
a semente fraterna no coração dos mortais.

sábado, 7 de julho de 2012

"VAZIO"


Abro meu coração e o encontro vazio.
Não há lembranças dormindo, nem sonhos inteiramente sonhados, nem desejos ou amores ou esperanças acenam para mim.
Fiz do tempo o inimigo furtivo, das horas, as últimas da vida, esqueci de dar ou receber, de amar ou de viver, e fiquei completamente vazia.
Procurei companhias, fiz parte de suas orgias, mas não pude entregar-me.
Fugi dos sentimentos, tornei a existência um deserto iníquo e desprezível, busquei encontros onde não havia nenhuma certeza de encontrar, preparei-me para um mundo onde não havia amor, nem compromisso, nem derrotas, nem leis, nem preconceitos, onde todos eram todos, sem distinção alguma.
Agora, fecho meus olhos para ver se encontro resquícios de saudade, mas não!
Esqueci de armazenar qualquer coisa lá no fundo, por medo de sofrer depois.
Se houveram instantes de alegria, imediatamente foram calados. 
Receio de parecer fraca e tola.
Medo de ser como todas as pessoas.
As mãos, agora, estão vazias.
Vazios os olhos.
Vazio o espírito.
Infinitamente estou vazia de tudo.
Quem sou eu?